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Êxodo de cientistas dos EUA abre janela para o Brasil avançar em ciência, apontam pesquisadores



Investimentos em centros de pesquisa e fortalecimento de redes de colaboração internacional são alguns dos caminhos para que cientistas que atuam no exterior possam contribuição para o desenvolvimento da pesquisa no Brasil. Foto: reprodução
Investimentos em centros de pesquisa e fortalecimento de redes de colaboração internacional são alguns dos caminhos para que cientistas que atuam no exterior possam contribuição para o desenvolvimento da pesquisa no Brasil. Foto: reprodução

O Brasil está diante de uma grande oportunidade para se consolidar como potência científica: repatriar e absorver cientistas altamente qualificados que estão deixando os Estados Unidos, em meio a um cenário de incertezas e cortes de recursos naquele país. É o que defendem os professores Sérvio Pontes Ribeiro (NUPEB-UFOP) e Geraldo Wilson Fernandes (Centro de Conhecimento em Biodiversidade-UFMG), em artigo publicado no Jornal da Ciência, da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência.


Durante a Segunda Guerra Mundial, os EUA se tornaram o principal polo de atração de cérebros do mundo, abrigando grandes nomes da ciência europeia, russa e asiática. Esse movimento foi fundamental para que o país assumisse a liderança científica-tecnológica global. Hoje, porém, os EUA enfrentam um processo turbulento, com a saída de pesquisadores estrangeiros e dificuldades para manter talentos devido à redução de investimentos e instabilidades políticas.


Segundo os pesquisadores, o Brasil já perdeu muitos de seus melhores cientistas para o exterior, mas ainda não soube criar vínculos estratégicos com esses profissionais, nem oferecer condições para que retornem ou estabeleçam colaborações robustas. Tentativas recentes de repatriação, como um programa de bolsas para pós-doutorado, foram consideradas tímidas e pouco competitivas em relação ao que é oferecido em centros de excelência internacionais.


A análise destaca que, diante do atual enfraquecimento das instituições de pesquisa dos EUA, o Brasil deveria mobilizar recursos para atrair grandes projetos e pesquisadores, criando um ambiente favorável para a ciência de ponta. Para isso, seria necessário superar barreiras corporativistas e burocráticas das próprias instituições brasileiras, além de criar carreiras de pesquisador, com salários competitivos e modelos flexíveis de contratação, inspirados em sistemas de países como Portugal.


Contudo, os especialistas ressaltam que o tempo para agir é curto. A janela de oportunidade pode durar até as próximas eleições de meio de mandato nos EUA, quando o cenário político pode mudar novamente.

“O Brasil hoje é uma excelência científica reconhecida mundialmente, mas não é liderança, pois lideranças científicas se tornam primeiro mundo. Da mesma forma, estamos entre as 10 maiores economias, sem sermos liderança. O que falta para liderarmos? Ter o investimento em ciência que traga para casa as mentes brilhantes que deixamos escapar”, afirmam.

A proposta é que o país invista em centros de pesquisa bem financiados, fortaleça redes de colaboração internacional e crie condições para que cientistas brasileiros no exterior possam contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento nacional. Para os autores, esse movimento seria fundamental para transformar ciência em investimento estratégico e garantir o protagonismo do Brasil no cenário global.


 
 
 

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