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Estudo revela como as Droseras sobrevivem em ambientes extremos da Serra do Cipó

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Um estudo que contou com a participação de pesquisadores vinculados ao Centro de Conhecimento em Biodiversidade (INCT/CNPq/MCTI) revelou detalhes sobre a vida e a importância das plantas carnívoras do gênero Drosera, nos campos rupestres da Serra do Cipó, em Minas Gerais. O trabalho, que percorreu 28 áreas naturais da região, evidenciou a presença de cinco espécies diferentes, com destaque à Drosera tentaculata e à Drosera tomentosa.


As espécies de Drosera são consideradas bioindicadoras da saúde ambiental, pois são sensíveis a mudanças no solo, temperatura e disponibilidade de água. O estudo mostrou que essas plantas conseguem sobreviver em solos pobres em nutrientes, obtendo parte do que necessitam ao capturar pequenos insetos com suas folhas pegajosas. Essa adaptação as torna essenciais para o equilíbrio ecológico dos ecossistemas onde vivem.


Durante o monitoramento fenológico, os pesquisadores acompanharam de perto nove populações de Drosera tomentosa e observaram que o período reprodutivo é concentrado e sincronizado, com flores que se abrem apenas durante a manhã e se fecham antes do meio-dia. Também foi observado que o mecanismo de autopolinização, aliado à ausência de visitantes florais, garante a reprodução mesmo em ambientes extremos, onde a presença de insetos polinizadores é escassa.


A pesquisa reforça a necessidade de conservação dessas espécies e de seus habitats, cada vez mais ameaçados pelas mudanças climáticas, incêndios e expansão agrícola. A perda desses ambientes únicos, como os campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, compromete não apenas a sobrevivência das Droseras, mas também o equilíbrio de toda a teia de vida local.


O estudo, que integra as ações de monitoramento e pesquisa do Centro de Conhecimento em Biodiversidade, foi realizado entre janeiro e fevereiro de 2023. Ele destaca a importância de ampliar o conhecimento sobre a fenologia dessas plantas, para subsidiar estratégias de manejo e conservação. Para os pesquisadores, entender a vida dessas pequenas plantas carnívoras é fundamental para proteger a biodiversidade e manter os serviços ecossistêmicos oferecidos pelos campos rupestres brasileiros.

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