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Estudo destaca perda de carbono no solo do ecótono Cerrado-Amazônia com a expansão agrícola

Foto: reprodução
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O impacto do avanço agrícola sobre o carbono dos solos nas zonas de transição entre o Cerrado e a Amazônia é tema de um artigo publicado recentemente pela revista Catena. O trabalho conta com a participação de Domingos Rodrigues, pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e um dos coordenadores do Centro de Conhecimento em Biodiversidade (ICNT/CNPq/MCTI).


O artigo, intitulado "Soil organic carbon dynamics in the Cerrado–Amazon ecotone: Effects of land-use change on organic carbon sequestration and losses", aponta que a conversão de florestas nativas para lavouras e pastagens tem provocado nessas áreas perdas profundas de carbono orgânico, o que reduz a fertilidade dos solos e contribui para o aumento das emissões de gases de efeito estufa. Nesse contexto, os solos perderam até 43% do estoque de carbono, com destaque para o ecótono, área de transição entre dois biomas fronteiriços, onde as perdas foram ainda mais intensas do que nas áreas centrais da Amazônia e Cerrado.


A pesquisa avaliou também que solos sob vegetação nativa apresentaram maior concentração de frações orgânicas reativas, essenciais tanto para a nutrição quanto para o funcionamento ecológico dos ambientes. Já as áreas convertidas para agricultura, por outro lado, apresentaram substâncias mais resistentes à decomposição e menor capacidade de retenção de nutrientes, deixando os solos menos férteis e mais dependentes de insumos artificiais.


Fotos: reprodução


"A conversão da floresta nativa em áreas agrícolas, independentemente do bioma, resulta em perda significativa de carbono e nitrogênio quando não manejada adequadamente. Práticas inadequadas muitas vezes aceleram o esgotamento da matéria orgânica do solo e a perda de nutrientes", explicam os autores.


Diante desse cenário, os autores defendem a adoção urgente de práticas mais sustentáveis de manejo do solo, a exemplo de sistemas de produção integrados, mínima perturbação do solo e conservação da vegetação nativa. Essas medidas são fundamentais para evitar a degradação acelerada do solo, assim como para mitigar as emissões de carbono e garantir a resiliência dos ecossistemas.


 
 
 

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