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Futuro em risco! Borboletas emblemáticas estão ameaçados pelas mudanças climáticas na Mata Atlântica

Atualizado: 29 de jul.

Fonte: Frederico Sonntag, 2021.
Fonte: Frederico Sonntag, 2021.

Um novo estudo desperta para a gravidade dos impactos causados pelo homem: duas das espécies de borboletas mais emblemáticas da Mata Atlântica — Arcas ducalis e Cyanophrys bertha — estão seriamente ameaçadas pelas mudanças climáticas e mudanças no uso do solo, com risco iminente de extinção nas próximas décadas. Essas espécies, que já são símbolos da biodiversidade única da região, podem desaparecer se ações urgentes não forem tomadas.


O estudo, publicado na Journal for Nature Conservation, utilizou modelagem preditiva climática para avaliar o impacto do aquecimento global e mudanças no uso do solo sobre a distribuição e a conservação dessas borboletas até 2080. Os resultados são alarmantes!


Atualmente classificadas como “Pouco Preocupantes” pela IUCN (União Internacional pela Conservação da Natureza), ambas já foram consideradas regionalmente ameaçadas. No entanto, a análise mais recente prevê perdas drásticas: C. bertha pode perder até 66% de sua área de ocorrência e 89% das suas interações com plantas hospedeiras. Sob o cenário climático mais pessimista, essa espécie pode ser reclassificada como “Vulnerável” ou até “Em Perigo”, refletindo a urgência da situação.


Arcas ducalis também corre risco, com projeções apontando para uma redução de 46% em sua distribuição e mais de 40% de perda na interação com uma de suas plantas hospedeiras no mesmo cenário. Embora não atenda atualmente aos critérios para um status de ameaça mais elevado, sua sobrevivência dependerá de medidas de conservação mais robustas.


🔴 "Essas borboletas são sinais vitais da saúde dos ecossistemas", alerta Juliane Bellaver, autora principal do estudo. "Se elas desaparecerem, estamos diante de uma perda catastrófica de biodiversidade na Mata Atlântica".


Outro dado preocupante é a sub-representação das espécies em áreas protegidas, com previsões de perda de grande parte de suas coberturas em Unidades de Conservação até 2080. Mesmo que se expandam para novas áreas, essas regiões já estão severamente degradadas por atividades humanas como monoculturas agrícolas, dificultando sua sobrevivência.


“É um alerta claro de que as áreas protegidas atuais não são suficientes”, destaca Geraldo Fernandes da UFMG. “Para evitar um colapso da biodiversidade, são necessárias ações políticas urgentes para expandir e melhor gerenciar as zonas de conservação, especialmente em regiões de altitude elevada e estabilidade climática. Além disso, é fundamental desenvolver mais estudos para melhor entender as relações entre esses animais carismáticos, suas plantas hospedeiras e meio ambiente”


Principais Conclusões:

  • Cyanophrys bertha pode perder mais de 66% de sua distribuição e ser reclassificada como “Vulnerável” ou “Em Perigo” pela IUCN.

  • Arcas ducalis pode sofrer uma redução de 46% em sua área de ocorrência e até 40% de perda nas interações com suas plantas hospedeiras.

  • Ambas as espécies serão sub-representadas em Unidades de Conservação até 2080, reduzindo drasticamente suas chances de sobrevivência.

  • Muitos insetos brasileiros estão subavaliados em listas de risco, devido à falta de dados sobre sua biologia e distribuição.


Chamada à Ação 🚨

Os autores enfatizam a urgência de investimentos imediatos em conservação e estratégias de adaptação às mudanças climáticas. A ampliação das áreas protegidas, a melhora na conectividade entre habitats e a incorporação de projeções climáticas nas avaliações de risco são passos essenciais para garantir a sobrevivência dessas e de outras espécies ameaçadas.


Sobre o Estudo

A pesquisa foi conduzida por uma equipe de especialistas, incluindo Juliane Bellaver, Diego Hoffmann, Matheus Lima-Ribeiro, Lucas Kaminski, Ana Pires, Leandra Bordignon, Geraldo Fernandes e Helena Romanowski, utilizando modelos de distribuição de espécies em cenários futuros (SSP245 e SSP585). O estudo é uma contribuição importante para a crescente literatura sobre os impactos acelerados das mudanças climáticas sobre a biodiversidade de insetos, especialmente na região neotropical.


Acesse o artigo completo aqui: https://doi.org/10.1016/j.jnc.2025.127033



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