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Daniel Silva

I Simpósio de Integração de Pesquisas na Bacia do Rio Doce - IntegraDoce: evento busca soluções para os impactos do desastre da Samarco

Atualizado: 13 de mar.

Evento reunirá pesquisadores na Universidade Federal de Viçosa em abril para apresentar estudos da fauna e flora da bacia do rio Doce





Entre os dias 4 e 6 de abril de 2024, o Campus da Universidade Federal de Viçosa recebe o I Simpósio de Integração de Pesquisas na Bacia do Rio Doce, o IntegraDoce – uma iniciativa conjunta das redes de pesquisa Terra-Água (UFV) e Biochronos (UFMG)  para discutir e abordar os impactos de um dos maiores desastres socioambientais da mineração no mundo, especialmente para os ecossistemas aquáticos e terrestres.


Sob a coordenação do Prof. Dr. Carlos Frankl Sperber (UFV) e do Prof. Dr. Geraldo Wilson Fernandes (UFMG), o Simpósio busca aprofundar o entendimento sobre os impactos do desastre, promover a colaboração entre os pesquisadores e as instituições envolvidas na pesquisa da bacia do rio Doce, proporcionar um espaço de coworking e integração entre especialistas e pesquisadores do segmento.





Como será o evento?


O Simpósio contará com três dias imersivos de workshop, das 8h às 18h, divididos em seis mesas redondas abordando temas como ambiente ciliar, invertebrados aquáticos e herpetofauna, ictiofauna, invertebrados estuarinos e ambiente marinho, dinâmica hídrica e integração de dados e projetos.


No primeiro dia, as apresentações abordarão as pesquisas desenvolvidas no ambiente terrestre: solo, vegetação, macrofauna, saúde do ecossistema, regeneração vegetal, processos ecológicos, decomposição, invasão biológica, entre outros. 


No segundo dia serão apresentadas as linhas de pesquisa no ambiente aquático: limnologia, invertebrados aquáticos, peixe, herpetofauna, invertebrados estuários, dinâmica hídrica, entre outros. No terceiro dia, serão apresentados os trabalhos desenvolvidos na bacia do Espírito Santo relacionados a políticas públicas e questões sociais. 


Para facilitar a integração, cada mesa redonda contará com um mediador que fará uma breve apresentação dos palestrantes, do escopo das pesquisas e eventuais sobreposições. Ao final das apresentações, o mediador irá sugerir uma síntese, conclusões, eventuais contradições, perguntas e problemas. Serão 30 minutos reservados a perguntas e discussão entre os palestrantes e a plateia presente e virtual. 


As apresentações de banners acontecerão em 2 horários durante todos os dias de evento. Mais detalhes sobre as mesas redondas e sessão de pôsteres serão divulgadas no perfil do Instagram do evento: @integradoce.


Como produto do evento, a organização planeja a publicação de um livro com linguagem popular, que irá reunir todos os trabalhos apresentados no evento; e a produção de um documento de síntese para nortear políticas públicas (Policy Brief), abordando o panorama do impacto,  recomendações  para mitigação e  desenvolvimento de planos de ação e restauração.


O simpósio acontecerá presencialmente no campus da UFV, em Viçosa, e será transmitido ao vivo pelo YouTube. O público-alvo são pesquisadores, alunos e representantes de instituições, como IEF e IBAMA, que poderão submeter trabalhos e participar como ouvintes. A participação virtual é aberta para todo o público, ampliando o alcance do evento.

“Com este evento esperamos aproximar os pesquisadores dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, compartilhar trabalhos em andamento e resultados preliminares e promover a colaboração e estruturação de novas pesquisas relacionadas aos impactos ecológicos do desastre minerário.”, afirmou Yumi Oki, membro da organização e pesquisadora do projeto Biochronos (UFMG).

Inscrições e submissão de trabalhos


Para participar do evento, presencial ou virtualmente, é preciso se inscrever pelo link: inscreva-se aqui!. A inscrição é gratuita e estará aberta até o dia do evento.


Já o prazo para submissões de trabalhos teve início em 10/02/2024 e vai até 15/03/2024 e deve ser feito na modalidade Resumo Expandido, conforme template disponível no link acima.


As áreas temáticas são:

  • Ambiente ciliar

  • Dinâmica hídrica e Integração de dados e projetos

  • Ictiofauna: distribuição e abundância

  • Ictiofauna: ecologia trófica e ecotoxicologia

  • Invertebrados aquáticos e herpetofauna

  • Invertebrados estuarinos e ambiente marinho

  • Limnologia e Ciclos Biogeoquímicos

  • Outras


Importância para a conservação da bacia



O I Simpósio de Integração de Pesquisas na Bacia do Rio Doce - IntegraDoce não apenas se destaca como um evento científico, mas emerge como uma peça chave para a ações de recuperação e conservação contínua da bacia do rio Doce. Com o desastre da Samarco, ocorrido em 2015, a região enfrentou uma crise ambiental de proporções inigualáveis, demandando esforços coordenados e conhecimentos especializados para mitigar os impactos duradouros.


Ao integrar pesquisas realizadas nos estados de MG e ES, o evento permitirá preencher lacunas no conhecimento sobre os impactos ambientais do rompimento da barragem de Fundão, contribuindo para a restauração ecológica da Bacia do Rio Doce. 


“A realização do simpósio é fundamental para direcionar ações de reparação ecológica e sustentabilidade da bacia, promovendo a união de esforços e a busca por soluções efetivas, prometendo ser um marco na busca por parcerias em prol da conservação ambiental do rio Doce e seus afluentes”, explica Frederico Fernandes, membro da coordenação e pesquisador do projeto Terra-Água (UFV).

Integração entre Minas Gerais e Espírito Santo 


O simpósio será o primeiro focado na integração das pesquisas desenvolvidas nos  estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Embora tenham ocorrido vários encontros e/ou seminários reunindo pesquisadores em atuação na bacia nos últimos anos, eles foram, em sua maioria, focados em monitoramento do cumprimento  dos projetos aprovados, isolados  entre redes de pesquisa. 


As pesquisas realizadas no ES, através da Rede Rio Doce Mar, investigam os impactos na bacia e foz capixabas, enquanto as pesquisas  realizadas  no  estado  de MG, em seis redes de pesquisa apoiadas na chamada 10/2018 FAPEMIG/RENOVA, investigam impactos desde o epicentro do rompimento até a divisa dos estados. 


Relembre o caso 



O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana/MG, ocorreu em 05 de novembro de 2015 e foi considerado o maior desastre socioambiental do Brasil devido a sua extensão de área e magnitude de impactos nas comunidades locais, meio ambiente, cultura e economia regional.


Durante o rompimento foram despejados mais de 40 milhões de metros cúbicos  de rejeito de minério na calha do rio Doce, afetando toda a flora e fauna, distribuição de água, sistema de pesca e turismo. Além disso, o rompimento ocasionou a morte de 19  pessoas, e desabrigou mais de 600 pessoas, impactando direta e indiretamente mais de um milhão de pessoas. Mesmo 8 anos após o acidente, ainda restam várias lacunas para o conhecimento dos impactos ambientais e sua restauração.





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