Em Dubai, coordenador do Centro e PPBio propõe ações para proteger o bioma
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28) reúne representantes de todo o mundo, entre eles, diplomatas, governos e membros da sociedade civil para revisar os posicionamentos e ações de cada país para reduzir as emissões de carbono e conter a crise climática.
O coordenador geral do Centro de Conhecimento em Biodiversidade, Dr. Geraldo W. Fernandes, viajou até Dubai, cidade sede do evento, para acompanhar os debates e propostas e apresentar o que as pesquisas desenvolvidas nos biomas brasileiros têm alertado sobre os impactos das mudanças climáticas no país com a maior biodiversidade do planeta.
No painel A Amazônia e a sustentabilidade: Quais cenários estão delineados pela Ciência para a floresta tropical?, Geraldo apresentou às lideranças e público presente resoluções urgentes apontadas pelo Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) e INCT Centro de Conhecimento em Biodiversidade para tomadores de decisão sobre o bioma Amazônia.
A proposta é integrar e ampliar os diálogos da agenda política, empresarial e científica para cumprir os objetivos planejados para o clima e proteger a integridade e a diversidade biocultural do Brasil. Entre as principais propostas apresentadas na COP 28 pelo Centro de Conhecimento e PPBio estão:
Políticas adicionais para os sistemas de água doce da Amazônia: uma estratégia para a gestão e conservação das redes terrestres e fluviais amazônicas, como a criação de Áreas Protegidas de Água Doce (APAD) e o reconhecimento dos Direitos dos Rios (Rights for Rivers);
Sistema de conservação transfronteiriço em toda a bacia deve ser desenvolvido para preencher lacunas regionais. Acordos locais e iniciativas de cogestão com as comunidades indígenas e ribeirinhas devem ser estimuladas;
Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA): irá facilitar o conhecimento e o diálogo na região, apoiando atividades econômicas e agências de comando e controle, baseadas na colaboração em nível regional e na troca de informações entre os países;
Programas de bioeconomia de longo prazo: fortemente baseados em cadeias de valor que incluam espécies nativas e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS);
Enfrentar a violência e a indústria de drogas: é urgente envolver instituições locais e criar novas onde estas não estejam presentes para enfrentar a violência como um fenômeno geral na região, especialmente dentro e fora das Áreas Protegidas e dos Territórios Indígenas. Atenção indústria de drogas tem papel crucial no desmantelamento do aparato de conservação e da vida da população na bacia amazônica;
Apoio financeiro para o desenvolvimento das comunidades: linhas especiais de apoio econômico direto para Povos Indígenas e as Comunidades Locais no monitoramento de lagos, rios e territórios e para a restauração de ecossistemas.
Alternativas com menor impacto ambiental: Geração de energia fotovoltaica e eólica, bem como a utilização do transporte fluvial ou marítimo em vez da construção de novas estradas;
Educação e informação: Construir um banco de dados, avaliar cientificamente para conhecer as lacunas tecnológicas e fortalecer o papel dos sistemas nacionais de informação sobre biodiversidade, incluindo o Observatório Regional Amazônico da OTCA. Construir universidades estrategicamente localizadas para produzir dados e conhecimento para a região e promover a comunicação entre as bacias;
A COP 28 se encerra nesta terça-feira, 12/12, com decisões importantes para agenda climática, como a criação do fundo de “perdas e danos” para ajudar os países mais vulneráveis às alterações climáticas; e o anúncio de uma série de iniciativas de financiamento de governos e empresas no Brasil. Entre as iniciativas brasileiras estão o programa de descarbonização do governo do Pará, com apoio do BID (Banco Interamerciano de Desenvolvimento) e invetimentos da Noruega e Reino Unido para o Fundo Amazônia.
Em 2025, a COP 30 será realizada no Brasil. Uma oportunidade única para colocar os demais biomas brasileiros em evidência na discussão climática mundial. A presença na COP 28 é o primeiro passo para construir uma participação sólida da Ciência e do Centro de Conhecimento em Biodiversidade nas discussões e decisões das próximas edições.
É maravilhoso ver o Brasil bem representado, com uma pessoa que entende, estuda, trabalha e se dedicar ao meio ambiente defendendo o Brasil.
Fico orgulhosa! LUZIANA